sábado, 23 de maio de 2009

Apaixonada por um Paquistanes - Parte 4

By Mariyah


Ele tinha a exata noção do quanto tudo aquilo era diferente pra mim. Eu não fazia a menor idéia de que era daquele jeito (td bem, eu assumo minha alienação... eu sabia, mas não sabia... não sei explicar! afe)... enfim, quando eu vi aquele bando de gente verde (olive skin ;) ), vestida daquele jeito... não sei se fiquei mais confusa com a novidade, ou com a minha própria confusão, porque, no fim das contas, eu sabia que ele era de onde ele era e que lá as pessoas eram diferentes...mas, eu já tinha acostumado com o comportamento e a “aparência” ocidentalizada dele... então acabou que foi chocante... (rs )


E eu não tive como esconder minha surpresa, e minha supresa o deixou constrangido... enfim, não foi muito legal... mas, o mais inusitado ainda estava por vir... foi quando ele me mostrou uma foto ao lado de duas senhoras e eu perguntei: quem são? Ele me olhou e disse, um pouco tenso: minhas mães! Primeira e Segunda esposas do meu pai! Afffffffeee... como assim???? Era too much...imediatamente eu pensei... não posso contar isso em casa, como que eu explico uma coisa dessas??? Mas, eu ainda não tinha ligado os pontinhos... Entendi o constrangimento dele de me apresentar a família, mas não tinha sacado que a recíproca era verdadeira – o constrangimento dele de me apresentar PRA família! Foram várias as pistas, mas juro que fazia uma vaga idéia sobre o que era um muçulmano e nenhuma de que ele pudesse ser um. Bom, sosseguei um pouco em relação a conhecer a família dele depois de ver as fotos... eles existiam! (rs)... E, no fim, ele só tava com receito de apresentá-los... (minha teoria! rs), além do mais, honestamente, achei no fim tudo muito esquisito e quando pensava em programas com os primos dele, desistia da idéia por falta de identificação... preconceito? Talvez... mas, demorou um tempo até eu digerir toda aquela novidade...


E com o passar dos dias e meses, eu fui descobrindo, aos poucos, mais um pouco sobre aquele universo, dentro dos limites que ele me permitia saber... E veio o 11 de setembro. Eu acordo cedo com meu telefone tocando e ele me pedindo pra ligar a TV. Era dia em Sydney e noite em NY. Já fazia horas que o atentado tinha acontecido. Eu liguei no canal da Globo Internacional e não acreditei no que eu vi... era surpreendente, angustiante e muito triste... mas, ainda assim, eu não tive, na época, noção da dimensão daquilo tudo...o que representava. Ele parecia dolorido no telefone, mas eu não compreendia...


Nas semanas seguintes, mais um pouco de aprendizado... Comecei a ver com mais clareza o preconceito, do qual ele algumas vezes mencionava ser vítima, se tornar evidente. Uma tarde fomos juntos a um açougue português comprar pão de queijo. Chegamos 10 minutos antes de fecharem e ele entrou primeiro, eu o segui. Ele aborda a portuguesa dona do açougue (sim, pão de queijo no açougue...) e pergunta sobre os pães de queijo, em inglês... ela o ignora solenemente e entra numa sala atrás do balcão... ouço ela falar em bom português para a a filha... diga que estamos fechando, não vou atender nenhum terrorista imundo... fiquei puta! Repliquei em português: O que que foi que a senhora disse? Repete, pra eu ter certeza! Afff que raiva! Ele me olhava entendendo sem entender... E a mulher idem, bestificada! Acho que a última coisa que ela imaginou era que um de nós falasse a língua dela. Aí veio a filha dela toda desconcertada e literalmente pediu desculpa pela mãe e perguntou o que a gente queria...a velha sumiu pra dentro... Eu virei as costas e saí puxando ele...


Faltavam 2 ou 3 meses para o meu retorno ao Brasil. Ainda não era definitiva a decisão, mas era provável. Nesse meio tempo a relação amorosa tinha evoluído para uma amizade, ocasionalmente colorida... e eu já tinha feito outras descobertas sobre a vida dele... não era nepalês (e certamente ele teve um dos insights sobrenaturais dele quando me disse isso), muito embora tivesse sustentado a mentira até o último minuto... era bangladeshi...rs; era muçulmano (eu soh fui concluir isso muitos anos depois, já no Brasil); era divorciado (isso eu descobri ainda em Sydney... ele falava de uma ex-namorada, mas um belo dia deixou cair um envelope com o nome dela e sobrenome dele... e teve que admitir...rs).


Apesar de todas as confusões, novidades, omissões e mesmo mentiras, era um guri adorável, doce, companheiro... e amigo. Enfim, homens orientais são uma droga... tal qual o ópio... viciam... (rs)...


E veio um libanês, esse eu pulo, não merece comentários... E veio o maldito indiano... rs... com quem tive uma curta e interessante estória...


Continua, eh claro, no proximo episodio lol

Um comentário:

Carol disse...

eita!
esse gosta mesmo de asiatico

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