quarta-feira, 24 de junho de 2009

Apaixonada por um Paquistanes - Parte 10

By Mariyah

As coisas começaram a mudar. Cansada da situação em que eu me encontrava, e de ouvir que por um motivo ou outro eu não tinha o “perfil da vaga”, resolvi fazer qualquer coisa, e foi quando eu me lembrei que meu bom inglês servia pra alguma coisa: dar aulas. Consegui aulas na primeira escola que encontrei e voltei a sentir o velho prazer de ter alguma independência, de ganhar meu próprio dinheiro. rs

A auto-estima melhorou um pouco e, ao final, de um ano eu já tinha voltado a advogar, graças aos contatos feitos através de alunos. Nesse período eu pensei em abrir um escritório, com uma das minhas melhores amigas da faculdade, porque o número de ações crescia, de tal forma que reduzi o ritmo com as aulas. Só que ironicamente (é sempre assim!), na mesma época, recebi uma proposta de trabalho em um escritório pra trabalhar com Direito Internacional, que sempre foi uma das áreas que mais gostei e não tive como recusar. Nesse meio tempo, meu relacionamento perdeu um pouco do sentido, me deixando confusa. Para não ter que pensar, mergulhei no trabalho e nos estudos, e foquei nas minhas amizades. Com muito trabalho no escritório, passava horas em frente ao computador, pesquisando, peticionando, montando relatórios e traduzindo textos. Passei a manter meu MSN sempre ligado, para interagir com a família e os amigos. Foi a partir daí que começaram nossos contatos diários.

Era início de 2007. Eu chegava ao escritório e começava meu trabalho, então, próximo ao meu horário de almoço, ele aparecia. Quando eu não estava muito afim de “confraternizar” com os colegas na cozinha, comia qualquer coisa na minha sala, de frente pro monitor. O que a princípio era uma oportunidade de fuga, foi se tornando rotina. Cerca de duas horas on-line, ele saía, e retornava no fim da tarde, próximo do meu suposto horário de saída. Geralmente eu já estava um pouco mais tranquila, e tendo tempo, parava pra conversar sobre o assunto preferido dele – Política.

Falávamos tanto sobre isso, que eu sabia mais sobre o que acontecia no Paquistão do que sobre o que ocorria aqui. rs Musharraf, Benazir Bhutto, Nawaz Sharif, Imran Khan e outros viraram figurinhas conhecidas minhas. aff Como “passávamos mais tempo juntos” comecei a perguntar mais sobre a família e o cotidiano dele. Eu já sabia muitas coisas, mas comecei a perguntar detalhes. Ele ainda continuava na angústia da busca por um trabalho na área dele. Mas, nada dava certo. Deprimido, ele não via solução pra o problema que enfrentava e eu insistia que ele deveria tentar outras coisas, como eu havia feito, porque talvez esse fosse o caminho. Só que ele ainda não conseguia ver a luz no fim do túnel. Eu, a essa altura, já tinha carinho por ele, e me doía a situação. Já tinha, também, uma opinião sobre ele: bom caráter, inteligente, dócil e bastante maduro, esforçado e competente; por que diabos, então, ele não conseguia um trabalho???

Eram entrevistas e mais entrevistas, que acabavam em nada, pelas mais diversas e, às vezes, absurdas razões. Eu entendia o que ele sentia. “I´ve been there”. Um dia, conversando, eu perguntei a ele: como você se descreveria? Não lembro perfeitamente a resposta, mas eu lembro a impressão que me causou. Ele disse algo como: “eu sou um cara do bem, às vezes inocente, razoavelmente inteligente e auto-consciente (com ou sem hífen? – você decide!à muita preguiça de consultar o manual rs), muito ligado às pessoas que eu amo, que tem sonhos demais e que, talvez, seja menos realista do que deveria ser.”

Bom, eu sei que não soa como uma declaração filosófica, nada de excepcional, mas eu achei muito fofo. rs Também não sei se foi exatamente isso que ele disse, mas a idéia passada era essa. Depois desse dia, refleti algumas vezes sobre essa auto-definição (uff...já sabem!), e conclui que ele tinha o perfil psicológico do homem que me atrai, mas lembrava das fotos (e do efeito sex-REPULSE que elas tinham me causado) e de todo o contexto (Paquistão, Islamismo, Terrorismo, etc etc) e ainda, havia o fato de que ainda estava vinculada a outra pessoa...tudo isso tornava inimaginável a possibilidade de qualquer outro interesse, que não o puramente “fraterno e antropológico” que já existia.

Só que um fato curioso, eu me acostumei a falar com ele todos os dias, a tal ponto que costumava esperar por isso, e quando ele não aparecia, ficava meio inquieta. Tanto que um dia comentei isso rindo, que estava “addicted to him” e ele me pareceu feliz com isso. Só que o sinal amarelo ainda não tinha acendido pra mim...

Continua o proximo capitulo...=P

3 comentários:

Anônimo disse...

Aii!!!!!!!! Eu não acredito que vou para a Tunísia e ficar com esta história incompleta!!! Quando chegar vou queimar a vista de tanto ler!!!
Hehehe...boa história!!!

Everyn Palhares disse...

Ai q luxo....Tunisia...wow...Vais a passeio?

Bjus e continue acompanhando...=)

Anônimo disse...

Vou visitar o...o...namorado!
Continuo, continuo!!! Podes ter a certeza!!
Beijos!

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